Em abril de 2000, fui assistir à palestra de Peter Russell cujo tema era “Consciência – A Última Fronteira”, fiquei surpresa quando alguém perguntou se existia alguma ferramenta que poderia nos ensinar como expandir nossa consciência. A resposta veio rápida: “Não, não existe nenhuma ferramenta que permita a expansão da consciência, só a meditação pode nos ajudar neste momento”.
Naquele instante, procurei o microfone para dizer a todos os presentes: talvez vocês não conheçam, mas existe sim uma ferramenta denominada Frameworks® For Change (FFC) Program, ela está chegando no Brasil. Esta ferramenta foi criada em 1993 por Joy Drake e Kathy Tyler, autoras do The Transformation Game.
O Frameworks® For Change aplica-se em organizações ou empresas que estejam em processo de transformação organizacional ou frente à necessidade de mudança, buscando sua evolução. Aplica-se a todos que desejam realizar estas mudanças de forma consciente, respeitando o indivíduo, o time, a organização e o planeta de forma global.
Na Europa, o Frameworks® vem sendo aplicado em empresas como RABO Bank, ABN AMRO Bank, SHV Makro, Philips Components, Hydroaluminium, e nos EUA em empresas como BOING Company, Moss Bay Consulting Group, Ministry of Health, Polaroid Corporation, Antioch University.
O microfone que permitiria que todos me ouvissem estava distante e outra pergunta surgiu rapidamente para o Peter. Eu não pude dizer aos presentes que hoje existem 50 consultores credenciados para aplicação desta ferramenta no planeta e que o Frameworks® For Change está estruturado na forma de um tabuleiro, como um “jogo”, em que não existem ganhadores nem perdedores, mas um “jogo” em que aprendemos a nos comunicar, aprendemos a relação cooperativa do ganha-ganha, despertando nossa consciência.
Esta ferramenta pode ser vivenciada durante dois ou três dias em duas formas diferentes, a versão Board (tabuleiro de mesa para seis participantes) ou na versão Tile (tabuleiro especial montado no chão para grupos de até 20 participantes). Em 2000 o Frameworks For Change chegou ao Brasil e a primeira empresa a descobri-lo foi o ABN Amro Bank, a versão Tile foi aplicada para a diretoria Aymoré Financiamentos e o nível gerencial.
O tabuleiro apresenta uma linguagem simbólica onde os participantes – individualmente ou em times, – definem um propósito e percorrem uma jornada que se inicia no “Estar em Casa” indo para o “Caminho do Trabalho” e voltando para “Casa”. No “Caminho do Trabalho” os participantes recebem mensagens que revelam qual direção a seguir através de “Insights”, como servir a si ou aos outros, como assumir riscos praticando entre a “Escolha” (livre arbítrio) e a “Intuição”.
A percepção de que estamos ganhando consciência vem através da conexão com nossos “Mentores” ou “Recursos” internos. Identificar que padrões de comportamento nos impedem de seguir adiante, surge na Casa do “Bloqueio” e os obstáculos que encontramos no caminho só são dissolvidos com consciência. Podemos compreender como nasce o nosso Estresse ou o Impasse, além é claro de celebrar o “Sucesso e o Avanço Decisivo”.
O Propósito é vivenciado em quatro níveis, Individual, Time, Organizacional e Global, onde os participantes resgatam durante a sua jornada, conhecimento, clareza e consciência. Na etapa de consolidação da aprendizagem, cada participante olha para si mesmo, para o seu ambiente de trabalho, para as suas atitudes, e cria um Plano de Ação, que contém questões-chave a serem trabalhadas, individualmente e/ou em grupo, fortalecendo o empowerment individual, do time e da Empresa.
(*) Publicado na revista T&D – Desenvolvendo Pessoas na coluna Métodos & Técnicas (dezembro de 200)
(**) sócia-diretora da Taygeta Editora & Consultoria, Coach e consultora credenciada do Frameworks For Change pela Innerlinks/USA – versão Coaching e versão Program